Alunos de escolas públicas e privadas, inclusive confessionais, que estudarem com os livros didáticos do MEC para o triênio 2016/18, verão com relativa profundidade o Candomblé e a Umbanda.
livro didático 12, página 204
Com o pretexto de estudar a cultura afro brasileira, alguns desses livros do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, destinados às crianças de 6 a 10 anos, apresentam divindades do Candomblé e da Umbanda, com seus atributos e representações iconográficas. Da mesma forma, rituais de culto, festas religiosas, despachos, ritos de conversão e de passagem, escala sacerdotal e doutrina própria acerca do surgimento do homem, do mundo e das coisas.
De acordo com os autores, o conteúdo cumpre a Lei 10.639/03 que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana no Brasil. É esperado, no entanto, que a interpretação desta lei contemple o estudo da história, cultura, política e sociedade africana no passado e no presente refletindo, inclusive, suas transformações.
Mas o estudo da história e cultura afro-brasileira no lote de livros didáticos PNLD/2016 da primeira fase do ensino fundamental escolhe recortes que nitidamente direcionam para os aspectos inerentes à formação da religiosidade afro-brasileira.
Abastecem esse esforço político e pedagógico a publicação de livros didáticos e paradidáticos, o treinamento de professores nessa temática pelas secretarias de educação, organizações não governamentais e universidades, além do financiamento público de grupos artísticos e culturais com a finalidade de se apresentarem na escola.
Da mesma forma é mister que se estude, reconheça e valorize a contribuição dos negros para a construção da sociedade brasileira, inclusive a sua diversidade religiosa.
livro didático 7, página 137
Os livros didáticos evitam, por exemplo, apresentar uma visão diacrônica da religiosidade na Africa, deixando de lado dados estatísticos sobre a atual configuração religiosa do continente africano em que as matrizes tradicionais aparecem hoje bem arrefecidas.
Essa militância também não se conforma que afro brasileiros não se identifiquem com as religiões dos seus ancestrais, mas assimilem culturas e religiões diferentes, num suposto processo de subordinação cultural. Principalmente quando se trata de vertentes cristãs que não se dão ao sincretismo religioso.
Nos livros didáticos, esquece-se a importância da maioria negra no processo de construção e expansão do catolicismo e também do cristianismo evangélico no Brasil, tanto entre os tradicionais quanto os pentecostais.
Trata-se de um olhar catequista que sugere o retorno às origens simbólicas e culturais africanas que pode ser observado nos materiais didáticos e paradidáticos destinados à escola, mas também na prática docente de professores que comungam desse pensamento.
Neste vídeo, em pronunciamento feito dia 03/11/2015, na Câmara dos Deputados, o deputado federal Jean Wyllys aventa sobre a necessidade das religiões brasileiras de matriz africana aproximarem-se dos jovens negros evangélicos, sobretudo nas periferias das cidades.
livro didático 6, página 18
De fato, o direito constitucional à liberdade de consciência, expressão, crença e culto deve ser garantido a todos. Para isto, políticas de combate à intolerância religiosa devem mesmo ser empreendidas no conjunto da sociedade. O que se questiona neste artigo é a forma de apresentação e o conteúdo selecionado para ser ministrado na escola, visto que favorecem ações proselitistas com o pretexto de enfrentar o problema da discriminação contra as minorias religiosas de origem africana.
A estratégia de propagação da cultura religiosa afro nas escolas nos últimos anos, começa a dar resultado. Cada vez mais é possível observar a adesão de jovens às religiões brasileiras de matriz africana, sobretudo os de ascendência negra, fenômeno que certamente se confirmará em censos futuros do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Publicações que se relacionam com este artigo:
O mundo dos orixás:
Contos macabros de magia negra:
Evocação de espíritos:
Modelo de "notificação extrajudicial" desenvolvido pelo Procurador da República Guilherme Schelb. Para os pais notificarem escolas e professores sobre conteúdos que eles não permitem aos filhos.
Cidades que rejeitam ideologia de gênero:
Livros didáticos/2016 do MEC com ideologia de gênero:
Nota (1):
Todas as ocorrências abaixo fazem parte do lote de livros do PNLD/2016, da 1ª fase do ensino fundamental, livros do 1º ao 5º ano para atender crianças com idades previstas de 6 a 10 anos. Estes livros foram disponibilizados gratuitamente para alunos de escolas públicas de todo o país.
As editoras ofereceram os mesmos livros para escolas particulares de todo o país, inclusive confessionais, e eles podem ser adquiridos diretamente das editoras ou nas principais livrarias de livros escolares.
Nota (2):
Os recortes dos conteúdos das páginas estão relacionados com a numeração das capas dos livros.
Nota (3):
Em algumas imagens e textos, faremos esclarecimentos à parte sob a forma de observação.
livro didático 11, páginas 248 e 249
livro didático 6, página 18
livro didático 12, página 204
livro didático 11, páginas 249 e 250 (parte com orientações ao professor)
livro didático 12, página 204
livro didático 12, página 204
livro didático 1, página 91
livro didático 1, página 73
livro didático 7
livro didático 1, página 91
livro didático 1, página 8
livro didático 4, página 8
livro didático 5, página 63
livro didático 5, página 62
livro didático 7, página 138
livro didático 8, página 48
livro didático 8, página 48
Obs.:
Toda palavra tem sua história, origem, contexto e usos. Portanto, não há palavra que não seja carregada de dizeres e intenções. Ao escolher palavras para compor a mensagem, seja ela falada ou escrita, o emissor também escolhe o discurso.
Nos próximos três quadros, entre as palavras relacionadas nos exercícios dos alunos surge candomblé. E esta recorrência pode ser interpretada como sinal de grifo ao vocábulo por parte dos autores. Uma estratégia para fazer o aluno acostumar-se com a palavra e também conhecer o seu significado.
livro didático 9, página 40
livro didático 9, página 40
livro didático 9, página 82
livro didático 10, página 60
livro didático 10, página 62
livro didático 10, página 63
livro didático 11, página 126
No recorte abaixo os autores afirmam: "Atualmente, os ataques mais expressivos às religiões de matriz africana vê das chamadas religiões 'neopentecostais', que comumente as rotulam de 'culto aos demônios', 'crendices' e 'feitiçarias'. "
Pois bem. Levando-se em consideração que o livro do 4º ano destina-se aos alunos de 9 anos, pode-se questionar a maturidade destes alunos para compreender as divergências teológicas apresentadas. É possível que haja alunos de famílias evangélicas neopentecostais. Esses alunos teriam dificuldade para compreender a afirmação generalizada que os ataques sofridos pelas religiões de matriz africana vêm dos neopentecostais. Ainda mais se estes alunos forem neopentecostais e desconhecerem esse comportamento no seu meio religioso.
livro didático 11, página 247
Obs.: Os livros ignoram a narrativa criacionista (cristã) e, no lugar dela, apresentam outras concepções sobre o surgimento do universo. No caso abaixo, o aparecimento do arco-íris, de acordo com o candomblé.
livro didático 12
livro didático 12
livro didático
livro didático 12, página 205
livro didático 12, página 206
livro didático 12, página 206
livro didático 12, página 206
livro didático 13, página 69
livro didático 14, página 156
livro didático 15, página
livro didático 15, página 129
livro didático 15, página 129
livro didático 15, página 128
livro didático 15, página 128
livro didático 15, página 84
livro didático 15, página 84
livro didático 16, página 9
livro didático 1
livro didático 1
livro didático 1
livro didático 1
livro didático 2
livro didático 2
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livro didático 3
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livro didático 3
livro didático 4
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livro didático 5
livro didático 5
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livro didático 6
livro didático 6
livro didático 6
livro didático 6
livro didático 6
livro didático 6
livro didático 6
livro didático 6
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livro didático 7
Obs.:
O Natal é apresentado de acordo a visão que algumas religiões tem dele, com destaque para o Candomblé. A versão cristã (a quem o Natal realmente pertence e interessa, visto que trata do nascimento de Jesus, considerado Salvador para esta religião) é timidamente mencionada no texto e sua importância, relativizada entre as demais.
livro didático 7
livro didático 7
livro didático 7
livro didático 7
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livro didático 8
livro didático 8
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livro didático 9
livro didático 9
livro didático 9
livro didático 9
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livro didático 10
livro didático 10
livro didático 10
livro didático 10
livro didático 10
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livro didático 11
livro didático 11
livro didático 11 (parte com orientações ao professor)
livro didático 11 (parte com orientações ao professor)
livro didático 11 (parte com orientações ao professor)
livro didático 11 (parte com orientações ao professor)
livro didático 12
livro didático 12
livro didático 12
livro didático 12
livro didático 12
livro didático 12
livro didático 12
livro didático 13
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livro didático 14
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livro didático 15
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livro didático 15
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livro didático 16
livro didático 16
Excelente reflexão!
ResponderExcluirAbordou o tema com a devida ponderação.
SOB PENA DE VIOLAR O PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA LAICIDADE DO ESTADO E A LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E DE CRENÇA DOS ESTUDANTES, o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, obrigatório por força da Lei 10.639/2003, não pode, em hipótese alguma, descambar para o proselitismo, a mitologização ou a glamurização. Se um assunto deve ser abordado em sala de aula, deve sê-lo em toda a sua complexidade (que compreende, inevitavelmente, aspectos positivos e negativos), sem outro objetivo que não seja o de mostrar aos estudantes a realidade como ela é. Miguel Nagib
ResponderExcluirNão há problema em se estudar historicamente as religiõs do Candomblé e da Umbanda. Afinal, estudamos Protestantismo na escola. Afinal, não nos debruçamos sobre as reformas de Lutero? de Calvino? Não falamos sobre a Inquisição? Da mitóligia e RELIGIÃO Grega? É hora de pararmos de melindres, de ignorância e estupidez.
ExcluirO Objetivo do MEC não é doutrinação. Isso é conversa de covarde que não tem argumentação. O objetivo do MEC é esclarecer a população e tirar o medo que alguns pretensos religiosos estão infundindo em seus 'seguidores'
É hora de amadurecermos.
Cristo disse para não julgarmos. Como tem gente que usa o nome de Jesus para julgar....
Cristianismo não pode, religião de macumbeiros pode. delícia de estado laico cara.
ExcluirReligião também é fenômeno cultural, e está sendo tratada nos livros didáticos sob essa perspectiva, conforme demonstrado pelo Prof. Orley. Só que isso está sendo feito de maneira indevida, com o objetivo de despertar a simpatia dos alunos em relação a essas religiões. O estudante tem direito a que o seu conhecimento sobre a realidade não seja manipulado pela ação do governo, da escola ou dos professores. Miguel Nagib
ResponderExcluirSe o Cristianismo não pode, nenhuma outra religião pode. Inclusive o ateísmo. Estado laico não é Estado ateu. É Estado que garante a religiosidade de todos os que vivem na sociedade pluralista do Brasil.
ResponderExcluir"Religião", "ateísmo" parei aí.
ExcluirEsse material didatico e um absurdo! Precisamos de um governante que efetivamente enfrente essas politicas de manipulacao educacional que vem da ONU e de seus orgaos.
ResponderExcluirestão usando a educação básica uma forma de gerar novos militantes... primeiro com valores pornográficos, depois valores homossexuais... e agora enfiando goela abaixo, de uma forma distorcida e indutiva, a respeito de apenas uma pequena fração sobre a cultura afro brasileira.... de acordo com a mente de meia dúzia de autores....
ResponderExcluirFoi se o tempo em que haviam autores intelectuais que de fato agregaram em nossa cultura....
Não se ensinam civismo, ensino religioso (como uma matéria a parte, mas não induzida), educação artística, história da arte, caligrafia, etc.... Tem muitos conteúdos que foram retirados da grade da educação básica ao longo dos anos, e agora esses comunistas "intelectuais" querem que nossos filhos e netos aprendam e convivam com valores que nem eles viveram....
Estamos de olho!!!!
Meus pais eram do Candoble e umbanda, confesso que as minhas experiências não foram das melhores.
ResponderExcluirA minha mãe teve 17 internações psiquiátricas porque as entidades, não a deixavam em paz.
Falar da cultura e interessante, mas de rituais é inconcebível.
Tenho propriedade pra falar sobre isso.
Depois de viver o cáos, encontrei a paz no cristianismo.
Esse conteúdo é para adultos e não para as crianças.
guia de luz tem mais o que fazer. perturbar encarnado é coisa de obsessor.
ExcluirDefende todos os materiais listados!Não se trata de uma doutrinação sobre as religiões de matriz africana,mas de reconhecimento, NÃO marginalização destas crenças, seus santos e Deus.E as crianças que são da umbanda e do candomblé, como se sentem sendo chamadas de seguidoras do demônio?Tenho pesquisado isto e sei MAL que alguns evangélicos e carismáticos tem feito coma cabeça de crianças e adolescentes.Respeitar a religião alheia é o princípio básico.Sou católico, catequista e professor de História e grande defensor do respeito às religiões de matriz africana.Sei que Jesus é meu Senhor e meu Deus, e sei que seria terrível não poder falar dele, não poder dizer que sou cristão e que sigo a Cristo.Esses livros, todos estes conteúdos ajudam a tirar o ódio,endemoninhamentos e preconceito sobre as crenças afro.Parabéns às editoras e autores. Viva a lei 10.639/03!
ResponderExcluirO autor deste artigo usou apenas parte de muitos livros didáticos passando a idéia de que os mesmos falam apenas das religiões afro. Como pode ser correto falar de Zeus, Jesus, Alá e outros deuses e ser errado falar de orixá, nkisi e/vodun se estes contribuíram e continuam contribuindo diretamente na cultura brasileira? Foi através do culto a estas divindades que hoje temos o samba, Axé, comidas afros, resistência negra, linguagens e tantos outras riquezas. Claro que deve se apresentar a cultura afro por um todo e não exclusivamente a religiosidade...mas é impossível falar da história afro e não adentrar nas crenças. Vale lembrar que candomblé não é apenas uma religião. ..em um terreiro é encontrado todo um cenário de resistência, uma biblioteca viva, um museu ativo, uma cultura que vai além da fé. A musicalidade, as bijuterias, danças, vestimenta, respeito aos mais velhos(...)toda uma riqueza que precisa ser zelada e apresentada sim mas sem o ideal de converter. Uma questão boba usada para confundir o leitor é quanto ao censo do ibge. ..É claro que irá aumentar o número de pessoas praticantes de religiões afro mas isso não por conversão devido a escola e sim porque cada vez mais praticantes irão ter coragem de assumir a sua religiosidade diferente do que vem acontecendo em resultado ao preconceito que os mesmo passam em destaque na escola que durante tanto tempo nas aulas de religião pregava que este culto é demoníaco e que o único caminho é Jesus, como eu mesmo ouvi várias vezes de vários professores meus.
ResponderExcluirAs.: Prof. Samuel Esmeraldo
eita. gostei desse livro. está à venda? onde? Usá-lo para trabalhar História da Alimentação Africana com as crianças será ótimo.
ResponderExcluirobrigada pela dica.
Quando será a distribuição da Bíblia e do Alcorão nas escolas públicas?
ResponderExcluirQuando as escolas públicas receberão a Bíblia e o Corão, entre outros livros, para também serem trabalhados em sala de aula?
ResponderExcluirEu me envergonho de morar no Brasil, e ter uma imundície como o MEC, obrigando as escolas e professores a passarem este lixo que vemos acima; é sem dúvida doutrinação satânica. Quando teremos pessoas de moral dentro do MEC? Sou pela extinção deste lixo chamado MEC.
ResponderExcluirQue maravilha!! Incentivo ao conhecimento de religiões de matriz afro!! Enfim o MEC acertou!! ��
ExcluirParabéns pelo trabalho,
ResponderExcluirO candomblé é retrato da ignorância e do atraso. Não é por acaso que as escolas européias tem ensino melhor que o nosso. Aliás, afora antropólogos cheirados e outras esquisitices uspianas, a cultura africana só interessa como uma curiosidade fóssil - em quase todos os seus aspectos - especialmente religioso.
Não se pode confundir religião cristã apostólica nem sequer com as ramificações protestantes e evangélicas. Imagine com neuroses tribais.
Agradeço sua dedicação - é um trabalho deveras necessário e oportuno. As crianças do Brasil lhe devem um "muito obrigado".
Renato
Muito bom valorizar as culturas brasileiras ..www-simplesassim.blogspot.com
ResponderExcluirCompleto absurdo esse blog. Basta de intolerância!
ResponderExcluirLamentável!
Parabenizo pela pesquisa e exposição. Precisamos tabular (%) a incidência/proporção para outras religiões. Religião é tematica socialmente construída e precisa ser abordada de forma IGUALITÁRIA!
ResponderExcluirCom relação aos comentário destaco que os pais tem direito de orientar a formação nos aspectos particulares (que inclui a fé) e devem ser respeitados nisso, cabendo a notificação extrajudicial em caso contrário, e punição judicial.
ADOREI!! ISSO É COMBATER A INTOLERÂNCIA E O RACISMO RELIGIOSO! PARABÉNS MEC, RESPEITO A DIVERSIDADE RELIGIOSA DO BRASIL!
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