segunda-feira, 3 de abril de 2017

Professores contra ideologia de gênero na 3ª versão da base curricular do MEC

CARTA ABERTA AOS MEMBROS DAS FRENTES CATÓLICA E EVANGÉLICA DO CONGRESSO NACIONAL


Brasília, 03 de abril de 2017


Senhores parlamentares,


Nós, os professores abaixo-relacionados, requeremos-lhes duas ações efetivas e urgentes:
A interrupção imediata do trâmite da Base Nacional Comum Curricular (doravante BNCC), até que as referências à Ideologia de Gênero sejam removidas. 
2. A revogação do inciso II, do Art. 25, do Decreto Presidencial nº 9005, de 14 de março de 2017, que aprova a Estrutura Regimental do MEC, com Ideologia de Gênero.

Vimos, com esperança, pedir-lhes o imediato esforço político no sentido de fazer prorrogar a entrega da 3ª versão da BNCC, pelo Ministério da Educação (MEC), ao Conselho Nacional de Educação (CNE), cuja solenidade está prevista para quinta-feira, dia 06 de abril, das 11 às 13h.





Recordamos-lhes que essa entrega ao CNE estava marcada para o mês passado (vejam aqui: http://portal.mec.gov.br/ultimas-noticias/211-218175739/44571-terceira-versao-da-bncc-inova-na-estrutura-e-propoe-mudancas ). No entanto, a entrega foi prorrogada para o próximo dia 6 de abril em função dos protestos nas redes sociais, ruas e praças de algumas cidades, além dos decisivos pleitos de representantes das frentes evangélica e católica junto ao Ministro da Educação. Inclusive, os deputados João Campos e Sóstenes Cavalcante lideraram uma comitiva ao MEC, dia 14 de março, com essa finalidade.

Vale ressaltar que o Decreto 9005/17 foi assinado no mesmo dia 14 de março.

Nosso pedido baseia-se nos fortes indícios relatados abaixo de que a 3ª versão da BNCC esteja, de fato, contaminada com Ideologia de Gênero. Essa nossa convicção não mudou mesmo com as declarações e intenções dos técnicos do MEC afirmando o contrário. Isto porque as justificativas ficaram no campo do discurso e não houve a esperada divulgação integral do texto da última versão, para a devida conferência.

Dos indícios:
As duas últimas versões da BNCC contêm ações e estratégias elaboradas com base na perspectiva de gênero. No total, observamos e divulgamos mais de 50 ocorrências nos dois documentos (Ver artigo em http://www.midiasemmascara.org/artigos/educacao/16211-2015-11-24-20-12-40.html). 

Nos dias 25 e 26 de janeiro, o MEC fez o lançamento da 3ª versão da BNCC. Na ocasião, a coordenadora Ghisleine Trigo Silveira apresentou os eixos norteadores do documento. Um dos principais EIXOS da Base Curricular é desenvolver no aluno “competências pessoais e sociais” que perpassarão os conteúdos das diversas disciplinas e a Ideologia de Gênero tem lugar de destaque. Os senhores poderão conferir na página 7 do power point utilizado pela coordenadora da BNCC a seguinte transcrição: “fazer-se respeitar e promover o respeito ao outro, acolhendo e valorizando a diversidade dos indivíduos e de grupos sociais, sem preconceitos baseados nas diferenças de origem, etnia, gênero, orientação sexual, idade, habilidade/ necessidade, fé religiosa ou de qualquer outro tipo” [grifo nosso] (Fonte:http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=56621-bncc-apresentacao-fundamentos-pedagogicos-estrutura-pdf&category_slug=janeiro-2017-pdf&Itemid=30192).

Cabe aqui uma pergunta: qual o interesse do MEC em não divulgar (e com antecedência) a íntegra da 3ª versão da BNCC, antes do seu envio ao CNE, visto que as duas primeiras versões foram amplamente divulgadas no site do próprio Ministério? Justamente o CNE que é declaradamente favorável à inserção da Ideologia de Gênero no currículo escolar.

O CNE entende que plano de educação sem a perspectiva de Gênero é incompleto, conforme nota pública de 01/09/2015, dirigida às Câmaras Municipais, Câmara Distrital e Assembleias Legislativas que discutiam seus Planos Estaduais, Distrital e Municipais de Educação. Nesta nota, o Conselho Nacional de Educação reprova (indiretamente) a decisão do Congresso Nacional de retirar a Ideologia de Gênero do Plano Nacional de Educação (PNE) e recomenda às casas legislativas (em desobediência ao Congresso) a inserirem as temáticas de Orientação Sexual, Diversidade de Gênero e Identidade de Gênero nos seus documentos educacionais, sem as quais os planos de educação estariam “incompletos” (vejam a nota pública na íntegra:

http://www.spm.gov.br/noticias/conselho-nacional-de-educacao-emite-nota-sobre-ideologia-de-genero-nos-planos-de-educacao/nota_publica_sobre_ideologia_genero_01_09-1.pdf )


É pertinente observar que tanto o Decreto nº 9005/2017 quanto a BNCC mantêm mesmo o espírito das expressões retiradas e substituídas nas votações da Lei 13.005/2014 (PNE). Os dois documentos valem-se da costumeira e eficiente estratégia de elencar alguns tipos de preconceito a serem evitados com o puro pretexto de inserir neles o que realmente lhes interessa: gênero e orientação sexual.



Relembrando a votação do PNE:
A título de recordação, para facilitar a comparação, trazemos de volta as duas redações do Art 2º, das votações do Plano Nacional de Educação.

A redação original, enviada pelo Governo Dilma, dizia assim:  "Art. 2º São diretrizes do PNE: [...] III - superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da igualdade racial, regional, de gênero e de orientação sexual. "

No entanto, a redação que prevaleceu foi esta: "Art. 2, inc. III. São diretrizes do PNE "a superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação". 

A partirda redação de consenso encontrada pelo Congresso, não se faz necessário elencar alguns tipos de preconceito social. Mesmo porque, é impossível relacionar todos. Mas, tanto a BNCC quanto o Decreto usam a costumeira e eficiente estratégia discursiva e propagandística dessa ideologia de elencar alguns tipos de preconceito com o puro pretexto de inserir no meio deles o que realmente lhes interessa: gênero e orientação sexual.

Quanto as justificativas dos defensores da Ideologia de Gênero, inclusive as contestadas alegações de defesa do direito das mulheres e minorias sexuais, poderão ser buscadas nos arquivos das audiências públicas das comissões e plenário das duas casas legislativas, no período das discussões do PNE.

Nós, professores abaixo-relacionados, somos contra os estudos acadêmicos de gênero?
Absolutamente, não. Reconhecemos a legitimidade da academia de estudar teorias e fenômenos sociais. Principalmente aqueles que descrevem os mais diferentes fenômenos sociais. Alguns de nós são pesquisadores, inclusive, da pesquisa social. Nossa objeção, no presente caso, é quanto ao esforço do campo de estudos da Ideologia de Gênero de prescrever “achados subjetivos e subversivos”, principalmente na educação de crianças e adolescentes. Isto sem considerar os graus de amadurecimento psicológico e emocional dos alunos e também o direito dos pais em dirigirem a formação moral e sexual dos filhos.

Soma-se a isso, o próprio reconhecimento desse campo de estudos quanto à diversidade de linhas e conflitos existentes em seu bojo. Também, as assumidas características de permanente instabilidade, provisoriedade e subversão dos padrões de normalidade e moralidade.

A importância de preservar a BNCC
O atual conteúdo das escolas brasileiras é apenas sugerido pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, complementado pelos Temas Transversais. Esses documentos são apenas norteadores ou sugestivos.
Quando a BNCC entrar em vigor, automaticamente os PCNs e os Temas Transversais perderão o valor. A BNCC cumprirá o papel de currículo obrigatório.  Todas as escolas públicas, particulares e mesmo confessionais terão que cumpri-la, mesmo que o conteúdo transversal seja Ideologia de Gênero.  Depois de cumpridas as obrigações com a Base Curricular, as escolas e sistemas de ensino poderão acrescentar 40% em conteúdo de livre escolha.

Sem haver previsão de aplicação da Ideologia de Gênero no plano educacional nacional, do Distrito Federal e da maioria dos Estados e Municípios, a luta contra este ensino tem, já, sido grande. Imaginem os senhores, como ficaria a situação caso o assunto permaneça fixado no Decreto 9005/2017 e na BNCC.


À guisa de conclusão

Senhores parlamentares,

Não se iludam. A Ideologia de Gênero não é ingênua, inocente e nem portadora de boas intenções. Ela é, na verdade, um extraordinário projeto de reengenharia cultural e social operado nas mentes de crianças e adolescentes, com o motivo inconfesso (publicamente) de modelar a seu modo a sociedade do futuro.

E esta é uma luta de resistência que precisa valer a pena aos senhores.

Reconhecemos que este Governo é incomparavelmente mais sensível às pautas que visem proteger os interesses formativos das famílias sobre suas crianças e adolescentes. No entanto, devemos reconhecer que as engrenagens que possibilitam a governabilidade foram (e ainda estão) cuidadosamente aparelhadas em benefício da revolução social e cultural gramsciana. O sistema de ensino, do qual o MEC faz parte, é o setor mais estratégico e mais bem estruturado dessa revolução em marcha, invisível e sem rosto, que independe de partido político ou de quem esteja no Governo Central.

O MEC é apenas um satélite no universo sincronizado do Sistema de Ensino, universo esse inteligentemente estruturado ao longo das últimas duas décadas para funcionar perfeitamente lá na ponta, onde está o aluno, independentemente do próprio MEC, do seu ministro ou mesmo do Planalto.

E a desmontagem dos mecanismos de funcionamento desse universo educacional é uma necessidade, caso o país almeje, realmente, um futuro livre e democrático.

Esta constatação deve servir de motivação aos senhores neste momento que exige união e desprendimento para montar uma grande força política capaz de barrar a Ideologia de Gênero na educação de crianças e adolescentes.

No nosso entendimento, este é um momento absolutamente decisivo para mudar a sorte da educação de crianças e adolescentes do nosso país. Duas gerações já foram contaminadas e temos visto os resultados disso nos jovens de hoje.

Por essa razão, contamos com a vossa pressão junto ao Ministro da Educação e ao Presidente da República em defesa da integridade física, emocional e intelectual das crianças e adolescentes brasileiros.

Atenciosamente,


Aloma Ribeiro Felizardo, pedagoga, doutoranda em psicologia social (Universidade Kennedy, Buenos Aires), é professora em São Paulo.

Carlos Eduardo Lyra Lins, jornalista e professor em Belo Horizonte.

Cristiane Feitosa Pinheiro, mestre e doutora em educação (UFPI) e professora na UFPI, em Picos (PI)

Débora Cristina de Melo, matemática e bióloga, professora no ensino médio, em Goiânia.

Emerson Martins, mestre em geografia (UFG), professor no ensino fundamental e no ensino médio em Goiânia.

Fernanda Silvestre Santos Batista, pedagoga (UFG), especialista em educação, professora na educação infantil, da Rede Municipal de Ensino de Goiânia.

Instituto de Estudos Independentes - INTESI, Teresina (PI)

Marajá João Alves de Mendonça Filho, mestre em geografia (UFG) e doutor em geografia (UnB), professor na UEG.

Mariana de Simone Kaadi Pio, é mestre em história (UFG), professora no ensino fundamental, em Goiânia.

Marlos José Ribeiro Guimarães, mestre e doutor em engenharia civil (UnB), professor universitário, em Goiânia.

Nelber Ximenes Melo, engenheiro eletricista, mestre em engenharia elétrica (UFC), professor na UFPI


Orley José da Silva, mestre em letras e linguística (UFG), doutorando em ciências da religião (PUC Goiás), professor no ensino fundamental, da Rede Municipal de Ensino de Goiânia.

Silvailde de Souza Martins Rocha, pedagoga, mestre em gestão da educação básica (UnB), coordenadora pedagógica em Teresina (PI)

Viviane Petinelli, doutora em ciência política (Harvard), docente e pesquisadora na UFMG, em Belo Horizonte.

Walter de Paula Silva, mestre em direito (UC Brasília), professor universitário em Goiânia.









domingo, 15 de maio de 2016

O mundo físico e espiritual dos orixás: uma literatura do MEC para alunos da escola pública




O livro paradidático "Orixás: do orum ao ayê", da editora Marco Zero, do Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE/2013) do Ministério da Educação (MEC) compõe bibliotecas de escolas públicas de todo o país. 

Este é um material literário que serve para aprofundar o estudo de aspectos doutrinários da religiosidade afro-brasileira de maneira a complementar o livro didático. 

A obra apresenta uma visão da religiosidade afro-brasileira para a criação do mundo físico (Ayê) e a morada dos deuses (Orum). O relato guarda muita similaridade com a narrativa bíblica da criação. 

Esta estratégia de aproximar as duas narrativas sobre a criação pode ser eficiente para fazer com que pessoas de formação cristã, principalmente crianças e adolescentes, assimilem com mais facilidade os elementos de religiões o Candomblé e a Umbanda. 

O livro foi distribuído às bibliotecas de escolas públicas escorado no pretexto de estudar a cultura afro brasileira, em cumprimento a Lei 10.639/03 que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana no Brasil. 

Discute-se nos meios acadêmicos sobre o papel da religião no ensino da cultura, sem que fira os princípios do estado laico.

Em vista do exposto, defensores da educação laica questionam a clara intenção proselitista de obras literárias como esta. 

Orley José da Silva, mestre em letras e linguística (UFG) e mestrando em estudos teológicos (SPRBC)

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Livros didáticos/2016 do MEC com ideologia de gênero


















quinta-feira, 21 de abril de 2016

Candomblé e umbanda em livros didáticos/2016 do MEC para o ensino fundamental



Alunos de escolas públicas e privadas, inclusive confessionais, que estudarem com os livros didáticos do MEC para o triênio 2016/18, verão com relativa profundidade o Candomblé e a Umbanda. 




livro didático 12, página 204


Com o pretexto de estudar a cultura afro brasileira, alguns desses livros do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, destinados às crianças de 6 a 10 anos, apresentam divindades do Candomblé e da Umbanda, com seus atributos e representações iconográficas. Da mesma forma, rituais de culto, festas religiosas, despachos, ritos de conversão e de passagem, escala sacerdotal e doutrina própria acerca do surgimento do homem, do mundo e das coisas.

De acordo com os autores, o conteúdo cumpre a Lei 10.639/03 que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana no Brasil. É esperado, no entanto, que a interpretação desta lei contemple o estudo da história, cultura, política e sociedade africana no passado e no presente refletindo, inclusive, suas transformações. 

livro didático 4, página 8

Mas o estudo da história e cultura afro-brasileira no lote de livros didáticos PNLD/2016 da primeira fase do ensino fundamental escolhe recortes que nitidamente direcionam para os aspectos inerentes à formação da religiosidade afro-brasileira. 

Abastecem esse esforço político e pedagógico a publicação de livros didáticos e paradidáticos, o treinamento de professores nessa temática pelas secretarias de educação, organizações não governamentais e universidades, além do financiamento público de grupos artísticos e culturais com a finalidade de se apresentarem na escola. 

É indiscutível e reconhecida a importância de conhecer a formação histórica e cultural do continente africano, de onde vieram aproximadamente 5 milhões de pessoas escravizadas em um processo de migração forçada. 

Da mesma forma é mister que se estude, reconheça e valorize a contribuição dos negros para a construção da sociedade brasileira, inclusive a sua diversidade religiosa. 



livro didático 7, página 137

Não obstante, o meio acadêmico que milita em defesa da política de afirmação da cultura religiosa afro brasileira (diga-se, o Candomblé e a Umbanda) nas escolas tem uma visão sincrônica das religiões tradicionais africanas em próprio solo africano. 

Os livros didáticos evitam, por exemplo, apresentar uma visão diacrônica da religiosidade na Africa, deixando de lado dados estatísticos sobre a atual configuração religiosa do continente africano em que as matrizes tradicionais aparecem hoje bem arrefecidas.  

Essa militância também não se conforma que afro brasileiros não se identifiquem com as religiões dos seus ancestrais, mas assimilem culturas e religiões diferentes, num suposto processo de subordinação cultural.  Principalmente quando se trata de vertentes cristãs que não se dão ao sincretismo religioso.


Nos livros didáticos, esquece-se a importância da maioria negra no processo de construção e expansão do catolicismo e também do cristianismo evangélico no Brasil, tanto entre os tradicionais quanto os pentecostais. 

Trata-se de um olhar catequista que sugere o retorno às origens simbólicas e culturais africanas que pode ser observado nos materiais didáticos e paradidáticos destinados à escola, mas também na prática docente de professores que comungam desse pensamento.

Neste vídeo, em pronunciamento feito dia 03/11/2015, na Câmara dos Deputados, o deputado federal Jean Wyllys aventa sobre a necessidade das religiões brasileiras de matriz africana aproximarem-se dos jovens negros evangélicos, sobretudo nas periferias das cidades. 



livro didático 6, página 18

De fato, o direito constitucional à liberdade de consciência, expressão, crença e culto deve ser garantido a todos. Para isto, políticas de combate à intolerância religiosa devem mesmo ser empreendidas no conjunto da sociedade. O que se questiona neste artigo é a forma de apresentação e o conteúdo selecionado para ser ministrado na escola, visto que favorecem ações proselitistas com o pretexto de enfrentar o problema da discriminação contra as minorias religiosas de origem africana. 

A estratégia de propagação da cultura religiosa afro nas escolas nos últimos anos, começa a dar resultado. Cada vez mais é possível observar a adesão de jovens às religiões brasileiras de matriz africana, sobretudo os de ascendência negra, fenômeno que certamente se confirmará em censos futuros do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 



Orley José da Silva, é professor em Goiânia, é doutorando em ciências da religião (PUC Goiás), mestre em letras e linguística (UFG) e mestrando em estudos teológicos (SPRBC).


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O mundo dos orixás:

Contos macabros de magia negra:

Evocação de espíritos:

Modelo de "notificação extrajudicial" desenvolvido pelo Procurador da República Guilherme Schelb. Para os pais notificarem escolas e professores sobre conteúdos que eles não permitem aos filhos. 

Cidades que rejeitam ideologia de gênero:

Livros didáticos/2016 do MEC com ideologia de gênero:


Nota (1):
Todas as ocorrências abaixo fazem parte do lote de livros do PNLD/2016, da 1ª fase do ensino fundamental, livros do 1º ao 5º ano para atender crianças com idades previstas de 6 a 10 anos. Estes livros foram disponibilizados gratuitamente para alunos de escolas públicas de todo o país. 
As editoras ofereceram os mesmos livros para escolas particulares de todo o país, inclusive confessionais, e eles podem ser adquiridos diretamente das editoras ou nas principais livrarias de livros escolares.

Nota (2):
Os recortes dos conteúdos das páginas estão relacionados com a numeração das capas dos livros.

Nota (3):
Em algumas imagens e textos, faremos esclarecimentos à parte sob a forma de observação.



livro didático 11, páginas 248 e 249

                                                            livro didático 6, página 18



livro didático 12, página 204




livro didático 11, páginas 249 e 250 (parte com orientações ao professor)


livro didático 12, página 204



livro didático 12, página 204




livro didático 1, página 91


livro didático 1, página 73


livro didático 7



livro didático 1, página 91



livro didático 1, página 8


livro didático 4, página 8



livro didático 5, página 63

livro didático 5, página 62





livro didático 7, página 138


livro didático 8, página 48


livro didático 8, página 48


Obs.:
Toda palavra tem sua história, origem, contexto e usos. Portanto, não há palavra que não seja carregada de dizeres e intenções. Ao escolher palavras para compor a mensagem, seja ela falada ou escrita, o emissor também escolhe o discurso.
Nos próximos três quadros, entre as palavras relacionadas nos exercícios dos alunos surge candomblé. E esta recorrência pode ser interpretada como sinal de grifo ao vocábulo por parte dos autores. Uma estratégia para fazer o aluno acostumar-se com a palavra e também conhecer o seu significado.


livro didático 9, página 40


livro didático 9, página 40


livro didático 9, página 82


livro didático 10, página 60


livro didático 10, página 62


livro didático 10, página 63

livro didático 11, página 126

Obs.:
No recorte abaixo os autores afirmam: "Atualmente, os ataques mais expressivos às religiões de matriz africana vê das chamadas religiões 'neopentecostais', que comumente as rotulam de 'culto aos demônios', 'crendices' e 'feitiçarias'. "

Pois bem. Levando-se em consideração que o livro do 4º ano destina-se aos alunos de 9 anos, pode-se questionar a maturidade destes alunos para compreender as divergências teológicas apresentadas. É possível que haja alunos de famílias evangélicas neopentecostais. Esses alunos teriam dificuldade para compreender a afirmação generalizada que os ataques sofridos pelas religiões de matriz africana vêm dos neopentecostais. Ainda mais se estes alunos forem neopentecostais e desconhecerem esse comportamento no seu meio religioso.

livro didático 11, página 247


Obs.: Os livros ignoram a narrativa criacionista (cristã) e, no lugar dela, apresentam outras concepções sobre o surgimento do universo. No caso abaixo, o aparecimento do arco-íris, de acordo com o candomblé.


livro didático 12


livro didático 12


livro didático




livro didático 12, página 205


livro didático 12, página 206


livro didático 12, página 206


livro didático 12, página 206



livro didático 13, página 69


livro didático 14, página 156


livro didático 15, página 


livro didático 15, página 129


livro didático 15, página 129


livro didático 15, página 128


livro didático 15, página 128


livro didático 15, página 84


livro didático 15, página 84


livro didático 16, página 9



livro didático 1

livro didático 1

livro didático 1

livro didático 1



livro didático 2

livro didático 2

livro didático 2



livro didático 2




                                                                             livro didático 3

livro didático 3

livro didático 3

livro didático 3





livro didático 4



livro didático 4




livro didático 5


livro didático 5


livro didático 5


livro didático 6

livro didático 6

livro didático 6

livro didático 6

livro didático 6

livro didático 6

livro didático 6

livro didático 6

livro didático 6

livro didático 7


Obs.:
O Natal é apresentado de acordo a visão que algumas religiões tem dele, com destaque para o Candomblé. A versão cristã (a quem o Natal realmente pertence e interessa, visto que trata do nascimento de Jesus, considerado Salvador para esta religião) é timidamente mencionada no texto e sua importância, relativizada entre as demais.
livro didático 7

livro didático 7

livro didático 7

livro didático 7

livro didático 7

livro didático 7

livro didático 7



livro didático 8


livro didático 8

livro didático 8


livro didático 9


livro didático 9

livro didático 9

livro didático 9

livro didático 9

livro didático 10

livro didático 10


livro didático 10


livro didático 10

livro didático 10

livro didático 10


livro didático 11

livro didático 11

livro didático 11 (parte com orientações ao professor)

livro didático 11 (parte com orientações ao professor)

livro didático 11 (parte com orientações ao professor)

livro didático 11 (parte com orientações ao professor)


livro didático 12


livro didático 12


livro didático 12


livro didático 12


livro didático 12


livro didático 12


livro didático 12


livro didático 13

livro didático 13


livro didático 14

livro didático 14

livro didático 14


livro didático 15

livro didático 15

livro didático 15

livro didático 15



livro didático 15


livro didático 16


livro didático 16











A quem interessa o desperdício público de livros didáticos?

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