quinta-feira, 24 de março de 2016

Maria do Rosário defende direitos humanos em livro didático/2016





A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) ilustra um conteúdo de língua portuguesa cujo enunciado principal versa sobre reivindicações de crianças e adolescentes indígenas. Na mesma página, o nome da então ministra dos Direitos Humanos aparece três vezes como ouvinte e recebedora dos anseios do 1º Fórum Direitos e Cidadania na Visão das Crianças e Adolescentes Guarani Kaiowá, ocorrido na Câmara dos Deputados, em Brasília, no dia 22 de outubro de 2013.  

As autoras do livro ao tratarem da temática indígena escolheram para o relato do referido Fórum encontrado na página eletrônica da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Uma pergunta que pode ser feita é por que a escolha desse texto e não de outro que apresentasse a questão indígena sem personificar qualquer figura do Governo?

Outro questionamento é sobre a escolha de um evento ocorrido em 2013 para compor um livro didático para o triênio 2016/18. Por que as autoras não lançaram mão de um texto mais atualizado?

Em sistemas de ensino que fazem questão de acentuar um determinado viés ideológico, é comum a promoção, mesmo que discreta, de personagens ligados a partidos políticos ou movimentos sociais. 

Com a apresentação dessas pessoas e de suas bandeiras políticas nos materiais didáticos, emprestam-lhes credibilidade junto ao público estudantil. Mesmo que esse público seja composto de alunos do 4º ano do ensino fundamental, crianças de 9 anos de idade.  

É claro que as crianças não votam. No entanto, nesse modelo de ensino, os livros levam-nas a admirar personalidades políticas e bandeiras sociais. Preparam, deste modo, eleitores fieis e militantes aguerridos para o futuro. Para um partido ou conjunto de partidos que constroem um projeto perpétuo de poder, a doutrinação das crianças na escola constitui-se em estratégia básica.

O livro em referência faz parte do Plano Nacional do Livro Didático (PNLD/2016) e tem circulação nacional. Pode-se aventar que o Partido dos Trabalhadores (PT) ganha em simpatia com as crianças porque liga-se à figura da deputada Maria do Rosário, inserida numa causa de apoio às crianças e adolescentes indígenas. Já a deputada, certamente levará vantagem junto aos alunos do seu estado, o Rio Grande do Sul, visto que terá sua imagem marcada positivamente no imaginário deles.

Orley José da Silva, é professor em Goiânia, mestre em letras e linguística (UFG) e mestrando em estudos teológicos (SPRBC)


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6 comentários:

  1. Na verdade o que eles querem é a simpatia e admiração de nossas crianças, como consequência futuros militantes desse partido.

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  2. Na verdade o que eles querem é a simpatia e admiração de nossas crianças, como consequência futuros militantes desse partido.

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  3. É um material panfletário ideológico. Trabalho de militância político-partidária.

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  4. Que nojo.
    Queremos língua portuguesa nos livros, não doutrinação política de comunista.

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  5. Querem educação à sua maneira. Eduquem seus filhos em casa. No ensino formal sempre haverá tendência ideológica, repito, tendência, algo mais brando que a doutrinação, seja num viés esquerdista, de direita ou o diacho que houver.... Sabe por quê? Isensão ideológica não existe!pode ser transmitida mesmo num discurso não intencional.

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  6. 1) o Brasil é signatário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, não há nada de "doutrinador" nesse material.
    2) o MEC prevê a interdisciplinaridade (ô nome difícil), ou seja, que as disciplinas não fiquem isoladas umas das outras.
    Pessoalmente acho que o assunto é pertinente, mas para as aulas de história (enquanto fato histórico) e filosofia/sociologia (enquanto teoria). O meu problema com a interdisciplinaridade é a redução da carga horária "própria" das disciplinas. Pega uma matéria difícil para a maioria dos alunos, como a matemática, se já é complicada sem misturar, imagine misturando com outras coisas. Eu sofri muito no vestibular por conta disso; meu professor de biologia ensinava de tudo, menos a biologia cobrada no vestibular. Com o aval papal do MEC.

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